sábado, 24 de setembro de 2011

Confiança

Um homem decidiu escalar sozinho uma grande monta­nha totalmente coberta de neve. Um companheiro ofereceu-lhe ajuda, e com ele caminhou até o pé da montanha. De lá para frente o aventureiro prosseguiu sozinho, encarando o vento forte e frio que lhe cortava a pele.

Muitos dias se passaram, pois a subida deveria ser grada­tiva, como forma de economizar energia para o último mo­mento de alcançar o topo da montanha e fincar a sua marca. A cada dia, o homem ia se adaptando à ausência de ar, por causa da altitude. Com o passar do tempo e o aumento do cansaço, avançava menos, porém persistia.
Já no final da aventura, prestes a alcançar o topo, faltando cerca de 100 metros para a chegada, criou uma grande expec­tativa e passou a andar mais rápido, até chegar ao último metro. Respirou fundo e lançou sua picareta contra o último bloco de gelo. Era o seu último esforço para completar sua aventura. Mas o bloco desprendeu-se, levando-o abaixo.
Enquanto caía, passava por sua mente tudo o que havia conquistado, até que a corda, amarrada à sua cintura, pren­deu-se a um dos pinos que ele havia cravado pelo caminho de subida. Já estava escuro, e o aventureiro ficou pendurado, balançando solto, sem poder agarrar-se em objeto algum. Sua única saída foi a oração. Então clamou a Deus por socorro:
— Senhor, socorre-me! Senhor, socorre-me!
Seu desespero, explícito em seu clamor, varreu toda a pla­nície, naquela noite entenebrecida.
Você quer que eu te salve? — outra voz, mansa e suave, mas segura, ecoou no vale.
Sim, quero! — retrucou o homem.
Você tem fé? — devolveu-lhe a voz.
Sim, tenho — respondeu novamente o alpinista.
Então corte a corda!
O homem pensou, pensou, mas não conseguiu confiar naquela sugestão.
No outro dia, encontraram-no pendurado e morto, total­mente congelado, a 2 metros do chão.

Pela fé, Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia (Hb 11.8).

Nenhum comentário:

Postar um comentário