Sempre fazia companhia ao meu pai em suas pescarias nos rios da região onde morávamos, no interior paulista. Eu ainda era um garoto, e nunca conseguia andar ao seu lado por minhas pernas serem menores. Às vezes corria um pouco e me aparelhava ao meu pai.
Quando passava no meio de boiadas nos pastos que tínhamos de atravessar, sentia medo, e ficava um pouco para trás. Enquanto meu pai caminhava, sem olhar para trás e, aparentemente, sem se preocupar comigo, chegava momentos que ficava muito distante dele. Com isso, o caminho parecia mais afunilado pelo gado. Então pensava: "Se eu correr, as vacas vão correr atrás de mim. Se continuar andando, sem correr, não poderei alcançá-lo". Portanto, era mais uma experiência, para que vigiasse da próxima vez, a fim de não ficar para trás, porque para recuperar depois o espaço perdido era muito difícil e sofrido — uma luta entre eu, o medo, a distância e o gado. Ao deixar de estar ao seu lado, logo não sabia mais como diminuir o espaço entre eu e ele. Parecia até mesmo que o espaço aumentava sozinho.
Mas não ouviram, nem inclinaram os ouvidos, mas andaram nos seus próprios conselhos, no propósito de seu coração malvado; e andaram para trás e não para diante (Jr 7.24).
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