domingo, 25 de setembro de 2011

Para Frente

Sempre fazia companhia ao meu pai em suas pescarias nos rios da região onde morávamos, no interior paulista. Eu ainda era um garoto, e nunca conseguia andar ao seu lado por mi­nhas pernas serem menores. Às vezes corria um pouco e me aparelhava ao meu pai.

Quando passava no meio de boiadas nos pastos que tínha­mos de atravessar, sentia medo, e ficava um pouco para trás. Enquanto meu pai caminhava, sem olhar para trás e, aparen­temente, sem se preocupar comigo, chegava momentos que ficava muito distante dele. Com isso, o caminho parecia mais afunilado pelo gado. Então pensava: "Se eu correr, as vacas vão correr atrás de mim. Se continuar andando, sem correr, não poderei alcançá-lo". Portanto, era mais uma experiência, para que vigiasse da próxima vez, a fim de não ficar para trás, porque para recuperar depois o espaço perdido era muito difí­cil e sofrido — uma luta entre eu, o medo, a distância e o gado. Ao deixar de estar ao seu lado, logo não sabia mais como di­minuir o espaço entre eu e ele. Parecia até mesmo que o espaço aumentava sozinho.

Mas não ouviram, nem inclinaram os ouvidos, mas andaram nos seus próprios conselhos, no propósito de seu coração malvado; e andaram para trás e não para diante (Jr 7.24).

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