Todos os dias, quando ia à escola, ao passar pela praça central de sua cidade, um garoto sempre se deparava com um homem que pregava contra a corrupção reinante naquela região. Anos se passaram, e o garoto não se cansava de ver, sem conseguir entender tamanha insistência daquele homem, que não faltava um dia sequer.
O garoto cresceu e foi estudar na grande cidade, abandonando por muito tempo sua terra natal. Anos mais tarde, foi visitar a família, e qual não foi sua surpresa quando se deparou com aquele homem pregando a mesma mensagem ortodoxa. Agora, já adulto, ele não agüentou a curiosidade e perguntou:
Quando garoto, eu já o via anunciar a mesma indignação. Cresci e passei anos fora, e agora o vejo pregar a mesma mensagem. Por que o senhor não muda?
Ora — respondeu aquele homem, já caquético e de barbas longas e esbranquiçadas —, o dia em que eu parar é sinal de que já me adaptei ao sistema.
E odiados de todos sereis por causa do meu nome; mas aquele que perseverar até ao fim será salvo (Mt 10.22).
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