sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Adotando a Culpa

Um rapaz saiu da fazenda onde morava para desposar uma moça. No vilarejo, após a cerimônia — que se constituía num simples jantar entre as duas famílias que se entrelaçavam por meio daquele casamento —, todos foram dormir. Como de costume entre os antigos, nos pequenos vilarejos dos sertões brasileiros, todos os jovens dormiam juntos, em um só cômo­do, também em função do espaço. Geralmente o "quarto" era na sala da casa, e a cama, um couro de boi.

Diante de tanta expectativa, pois no dia seguinte levaria a moça para sua casa, o jovem noivo sofreu uma disfunção urinaria, e acabou urinando durante o sono. Como o couro não absorve líquido, a urina molhou quase todos os que dor­miam juntos, motivo pelo qual não daria para identificar quem havia aprontado a proeza. Mas o jovem ficou tão aflito que logo pela manhã desapareceu no mato da região, ado­tando a culpa.

Mas eu conheço o teu assentar, e o teu sair, e o teu entrar, e o teu furor contra mim (Is 37.28).

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